Translate

quinta-feira, 8 de março de 2012

Em busca de shangri-la, vulgo remédio popular!

Em busca de Shangri-la, vulgo remédio popular.

 Há muito tempo estou em busca de Shangri-la, o paraíso perdido. Contudo, agora é uma questão de vida ou morte, pois estou muito doente de tuberculose devido a minha procura incessante na cordilheira do Himalaia, e agora estou aqui necessitando do elixir da vida, o qual só pode ser encontrado nesse lugar mítico. Minha vida depende da busca, a que tenho dedicado toda vida. Que ironia, não?

Mesmo assim, ainda não perdi a esperança, pois tudo isso pode ser um sinal de que eu irei encontrá-la, afinal, agora, tenho todo o mais profundo direito de dizer que irei descobrir Shangri-lá ou morrerei tentando. Também, tenho conhecimento de novas informações, de acordo com uma nova pesquisa de uma fonte seguríssima (comercial do governo sobre o novo sistema de distribuição de remédios grátis),  de que a cidade perdida não está no Tibete, mas no Brasil! Após analisar minha fonte segura pode-se verificar características em comum que ligam o paraíso perdido à uma certa região do Estado tupiniquim. E verifiquei tudo isso a partir de uma relação do elixir da vida eterna com a farmácia popular, vida de graça era o que minha fonte prometia.

Assim, a partir dessa pista saí do tibete e viajei diretamente para o Estado de São Paulo, onde parecia ser o foco do mito, pensei nisso pela observação de outras fontes como uma propaganda que demonstrava o quão maravilhoso era esse local ("antes não tinha agora têm"). Quando cheguei parecia que havia errado de local, nada parecia Shangri-la, não havia campos verdes, pessoas felizes meditando ou ar mais puro que o da montanha mais alta. Mas mesmo assim segui em frente, tinha certeza de que encontraria a farmácia popular e assim a vida eterna de que tanto precisava. Contudo segui durante horas a fim e nada. Meu corpo continuava a andar, passo após passo, minha esperança parecia se despedaçar em mil pedaços e foi quando vi- remédio popular - escrito num local que seria o último o qual procuraria pela elixir que me concederia a vida eterna, mas apesar de minha desconfiança, entrei no local, mas ao invés de ver um monge para me conceder o privilégio da vida eterna, vi uma mulher (ou homem ou ser, não tenho certeza) debruçada na mesa de um caixa com o olhar de decepção que poderia matar um obelisco, sempre soube que minha busca seria tudo menos fácil, assim me dirigi ao "yeti", a criatura peluda se pronunciou com palavras, cujo som ainda rasga minha memória, - O que você qué? - e então, tentando suportar o insuportável contei minha história e minha busca e em seguida aquela criatura respondeu - o senhor tem cadastro ? - admito que esperava ouvir tudo, acreditava que ela (ou ele ainda não tenho certeza) proporia um teste ou uma pergunta mas não esperava ter cadastro para esse tipo de coisa. Mesmo assim respondi que não tinha cadastro e então o/a abominável monstro/a das neves disse que sem cadastro não poderia ter acesso ao remédio popular.

Em seguida saí de perto da companhia do "yeti", que afinal não era tão ruim assim pois até me deu as informações necessárias para obter acesso aos remédios populares, assim segui todas as instruções do ser, as quais levaram várias semanas, e em seguida corri para encontro do/a abominável monstro/a das neves apresentei todos os meus documentos e quando minha busca da vida inteira parecia terminado a criatura se pronunciou -não temos o medicamento para tuberculose no momento, terá que esperar 6 meses - e então enfurecido, saí do local, não podia acreditar, parecia que minha fonte segura não era tão segura assim, afinal para mim não restava dúvida de que aquele, de forma alguma era a Shangri-la que eu esperava. Não podia esperar 6 meses, não por birra mas por questões de saúde, para receber a vida eterna, ou se realmente aquilo era a vida eterna, pois nada parecia real.

Mesmo após minha decepção segui em frente, contudo minha situação de saúde piorava cada vez mais por respirar aquele ar poluído. Continuei procurando pela elixir da vida eterna por muitos caminhos, contudo todos davam no mesmo fim do episódio do "yeti".

 Me custava desistir, me custava a vida, minha vida, da qual não abriria mão e assim procurei um meio, uma saída até que a encontrei, naquele ano ocorria um evento de festas e muitos enfeites que chegavam a me encantar com os rostos neles. Me deixavam cego. E num desses eventos um senhor que estava discursando me chamou e pediu que lhe dissesse um desejo meu e então contei que desejava um remédio para tuberculose pela rede remédio popular e então meu caso ganhou repercussão assim, após toda a opinião pública estar ao meu favor aquele político me concedeu, finalmente, o REMÉDIO POPULAR!

Infelizmente aquela caixa em que estava escrito genérico não me concedeu a vida eterna e nunca mais vi aquele senhor que estava no comício, e então faleci, mas faleci feliz por minha busca ter chegado ao fim e posso dizer que dediquei minha vida à procura de Shangri-la.

GUSTAVO PADILHA POLLETI  escritor ainda não renomado. :D                                                     
                                   

2 comentários:

  1. Quite interesting post. I have just moved to Brazil and I appreciated your blog. Would you please teach me the portuguese language? You appear to be very keen on these matters.

    ResponderExcluir
  2. please answer me fast, I need these classes urgently

    ResponderExcluir